Na reunião de Coimbra estiveram presentes um grupo numerosos de pilotos da ex-TAPVA e procedeu-se à refundação da companhia virtual elegendo-se como órgão directivo a Comissão Executiva da nova TAP Virtual, que integrava todos os elementos presentes, a qual iria gerir a companhia nos próximos cinco anos.
Viveu-se então um período intenso de consolidação de projectos solidamente apoiados em orientações de pilotos reais da TAP PORTUGAL e sobretudo marcado, logo no seu inicio, pelas iniciativas que culminaram com o reconhecimento oficial da TAP Portugal, que pela voz do seu Vice Presidente do Conselho de Administração, Eng.José Queiroz, reconhece a TAP Virtual a única entidade autorizada a emular no espaço cibernético a TAP Portugal.
É então definido como espinha dorsal da companhia, o Modelo de Desenvolvimento, que no imediato renunciava a algumas concepções fantasistas que na altura se verificavam na simulação, fruto duma comunidade em formação e crescimento. A opção era agora o rigor da operação, a qualidade técnica dos pilotos e a simulação - nos limites do possível - da operação real da TAP Portugal.
Assim, a TAP Virtual é a primeira companhia virtual a adoptar relatórios de voo discriminativos da operação obrigando os pilotos a reportar opções que posteriormente eram avaliadas e devidamente quantificadas. Um pouco mais tarde o primeiro software de gestão de pilotos vai mais longe e exige relatórios de voo diferenciados consoante a patente do piloto. Nascem os relatórios TIPO A e TIPO B, estes últimos destinados a Comandantes e com um elevado grau de exigência.
Paralelamente a TAP Virtual também não se deixou confinar à actividade dos pilotos virtuais, organizando desde muito cedo actividades complementares, onde projecta a sua imagem de qualidade nas realizações que leva a cabo, nomeadamente os importantes e concorridos Congressos de Simulação Aérea realizados na Guarda, workshops, iniciativas públicas com destaque para o mês de simulação aérea na FNAC de Santa Catarina no Porto. Paralelamente é solicitada a estar presente em vários eventos de divulgação quer no Porto, Guarda, Évora e Lisboa, ao mesmo tempo que regularmente dá conta das suas actividades nos órgãos de comunicação social, para os quais é periodicamente convidada a colaborar em artigos técnicos. Como nota importante refere-se que nos Congressos da Guarda todos os voos simulados aí organizados eram validados em termos de operação por pilotos reais. E se todos nos merecem respeito, consideração e gratidão, há um que particularmente acompanha os primeiros tempos da companhia, e que o destino entendeu roubar prematuramente ao nosso convívio. Teles Cepeda, um homem que, com paciência e compreensão nos entusiasmava a adoptar os SITA, e que perdeu horas do seu tempo a explicar todos os detalhes na cidade de Leiria, numa das reuniões da Comissão Executiva. Decorria o ano de 2002. Mas seria injusto não citar o Cte Paulo Soares, o homem que nos ensinou o A320 a todos, em particular e em workshops, e raro será o piloto da TAP Virtual que não tivesse tido dele, ajuda e beneficiado da sua extraordinária capacidade pedagógica.
A necessidade de enquadrar ajudas e responder a desafios a TAP Virtual sente necessidade de definir com exactidão a sua estrutura jurídica e em 2003 é fundada a ASA VIRTUAL em Lisboa pelos membros da Comissão Executiva, por escritura pública, a qual assume de imediato e estatutariamente a propriedade intelectual da TAP Virtual e do seu site, culminando um processo de indefinição jurídica que obstaculizava ao seu normal desenvolvimento.
Após a fundação da ASA VIRTUAL, esta entidade celebra de imediato um Protocolo Oficial com a TAP Portugal cuja preparação tem lugar em Setembro de 2003 e cuja assinatura tem lugar no Congresso de Simulação Aérea do mesmo ano, e ficam desta forma devidamente enquadradas as relações jurídicas com a companhia mãe. Posteriormente outros Protocolos são firmados nomeadamente com a Escola Superior de Gestão da Guarda (Março 2003), onde é criada a sala de simulação e estabelecidos os alicerces de futuras colaborações neste ramo científico.
Mais tarde é a vez da Microsoft que estabelece com a ASA VIRTUAL um protocolo de cooperação, subscrito pela sede nos Estados Unidos, em que são aceites compromissos de colaborações científicas no âmbito do Flight Simulator.
Externamente, os pilotos da TAP Virtual são chamados a colaborar, e merece destaque a contribuição que pilotos da companhia deram para a "Tese de Mestrado sobre a eficácia aplicacional das TI para PC" do Dr. Pedro Oliveira, sujeitando-se a experiências científicas e avaliações técnicas no simulador da TAP PORTUGAL.
A TAP Virtual desde a sua fundação nunca interrompeu as suas actividades e foi desenvolvendo os mecanismos internos indispensáveis a uma correcta gestão de voos e pilotos, adoptando vários softwares de suporte que respondiam cada vez melhor ao modelo que se pretendia para a companhia. Ao longo destes 6 anos de existência adoptaram-se vários modelos em que o rigor era cada vez maior e a exigência começava a ser a pedra de toque da companhia. Destaque para o IFPS que incorporava já quase todas as funcionalidades pretendidas pela companhia. Mas sabíamos que ainda não ficaríamos por ali. A companhia precisava de crescer, de se modernizar, de aperfeiçoar procedimentos e de aumentar o seu grau de exigência.
Em Janeiro de 2006 a TAP VIRTUAL – após quase meio ano de reflexão e discussão interna – decide alterar a sua estrutura funcional e extingue a Comissão Executiva que tantos e tão bons serviços prestaram à companhia desde a sua fundação. Assim é abandonada a concepção horizontal de governo colegial, optando-se por um regime organizativo piramidal, respeitando igualmente a forma de decisão colegial. Assim a ASA Virtual nomeia o actual Presidente da TAP Virtual por tempo indeterminado o qual escolhe o Staff com que pretende trabalhar. É uma fase de profunda reestruturação interna, de intenso trabalho e dedicação, que tem vindo a preparar a nova imagem da companhia, respeitando todos os seus princípios informadores, os mesmos que há seis anos atrás foram historicamente definidos na reunião de Coimbra.
Mas a TAP Virtual preparava-se lentamente para a 3ª fase do seu desenvolvimento. Efectivamente sempre se sentiu a necessidade de dotar a companhia com um instrumento técnico fundamental ao seu funcionamento. É justo citar uma pessoa que desenvolveu uma primeira ferramenta de trabalho para gerir pilotos e voos (IFPS - Integrated Flight Plan System), Miguel Costa. E foi com o seu trabalho que nos fomos aproximando daquilo que viria a ser o enorme salto qualitativo da história da companhia. Não pela sua mão por impossibilidade mas a semente estava lançada.
Carlos Godinho era um piloto dos primórdios da companhia. Conhecia a companhia muito bem e assistiu a todas as fases do seu desenvolvimento. Num acto de dedicação Carlos Godinho juntamente com o piloto Carlos Bandeira aceitaram desenvolver um novo software de gestão de pilotos e voos. Começa um período de alguma indefinição que se podia designar por "tempos difíceis". A plataforma anterior estava desactualizada e a nova plataforma estava atrasada. São cerca de quatro longos anos até que o FOS (Flight Operation System) conhecesse a luz do dia.
O FOS é uma ferramenta complexa e abrangente, porventura a mais completa, sofisticada e exigente existente no mundo da simulação aérea. Estava criada após centenas horas de trabalho a estrutura informática que ia gerir a companhia nos próximos anos. A TAP VIRTUAL orgulha-se deste trabalho, único no mundo, que mais uma vez prestigia o nosso país.
Na sequência do lançamento do FOS intensificam-se os contactos com a casa mãe e operacionaliza-se o FOS extremamente identificado com a operação real da TAP. É com imensa satisfação que a actual direcção da companhia vê o extraordinário entusiasmo com que os nossos pilotos voam melhorando dia a dia a sua performance e dignificando a simulação aérea. É com orgulho que estão integrados nas fileiras da companhia pilotos provenientes de vàrias partes do mundo bem como pilotos femininos.
A TAP Virtual mantém-se fiel ao rigor da operação, a pressupostos de vivência ética, à estrita dependência da companhia mãe que continua a ser o referencial da sua acção, ao mesmo tempo que gratuitamente proporciona desde há mais de seis anos, todos os instrumentos para que os pilotos que a ela pertencem, tenham orgulho em voar as cores nacionais.
Continuamos a lutar pela excelência. Voe connosco. Interessa-nos o futuro, sabemos que temos muito ainda que fazer, mas também sabemos o lugar que ocupamos no contexto da simulação nacional e internacional. E é com essa certeza que aqui estamos ao seu dispor.